quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Segurança pública




Segurança pública é tema de discussão permanente. Os problemas são os mesmos em todo o mundo. Assaltos, furtos, arrombamentos, homicídios e outros, fazem parte da vida humana, variando apenas em maiores ou menores níveis de controle através de leis específicas adotadas por cada governo. Quem disser que existe fórmula para zerar o crime estará mentindo. No entanto, necessário é a busca permanente de ações que possam manter os registros criminais em patamares aceitáveis.

A ação de criminosos em maior escala, se dá especialmente, como acontece no Brasil, pela distorção das políticas governamentais, no que diz respeito a má distribuição de renda, o que é aproveitado pelos líderes do crime organizado, que encontram facilidades para arregimentar membros, com oferta de dinheiro mais fácil.

Um jovem sem trabalho, ou mesmo um chefe de família em desespero, como exemplo, está mais aberto ao atendimento dessa oferta, quer pela necessidade de garantir o sustento da família, quer pela certeza de que, vendendo drogas e com pouco esforço, receberá mais do que um salário mínimo oferecido pelo mercado de trabalho. Uma vez inserido no mundo do crime, dificilmente retorna à vida em sociedade. Claro que existe também, um mundo paralelo, em que jovens de classe média e alta inserem-se no mundo marginal, mas, ai o problema já muda de rumo, com base em outros valores.

Diante de fatos dessa natureza, onde a tecnologia engole o homem, tirando-lhe parcela importante do trabalho, faz com que o vício estenda-se e torne-se responsável direto pelos grandes índices de criminalidade que estamos vivendo, e que invalidam, em parte, o esforço de entidades que lutam contra esse flagelo humano, nos faz crer que ainda existe um caminho que pode ser seguido: O governo tem que se debruçar sobre iniciativas de proteção ao meio rural, criando mecanismos que incentive ao homem que migrou para a periferia das cidades em busca de melhores condições de vida (e que ali não encontrou) a voltar para o campo onde, com políticas de melhores preços pela produção, possa se encontrar com uma vida mais tranquila para si e sua família.

Essa política, além de desinchar as cidades, estimulará a produção agrícola promovendo abastecimento eficaz do meio urbano e oferecendo, paralelamente, o trabalho que não foi encontrado na cidade.

Basta o estabelecimento de preços justos para a produção, diferentemente daquilo que hoje acontece, pois o agricultor se sente desestimulado, considerando que não raro produz e não consegue, com o dinheiro da comercialização, cobrir os custos e, então, entende de abandonar o campo e rumar para a cidade onde, termina em situação ainda mais deplorável, pela falta de qualificação num mundo onde, cada vez mais, se exige conhecimentos técnicos.

Enquanto isso não acontecer, acreditamos que o resto não passará de paliativo.
Por Moacir Rodrigues
moacir@jornalagora.com.br
(Agora O Jornal do Sul)


Acesse o Artigo Original: http://www.uniblogbr.com/2012/08/seguranca-publica.html#ixzz24ytkm600