NATUREZA DEVASTADA

  

            O principal rio que corta o nosso município há muito tempo vem sendo agredido, sufocado e devastado pelas ações do homem. Um rio que já foi palco de grandes diversões e entretenimentos, pois era ali nas águas correntes desse glorioso, que em épocas de bons invernos, a maioria das pessoas da nossa cidade se deleitava num delicioso banho de rio, e não havia faixa etária de idade para os frequentadores, lá as crianças, os jovens, os adultos, os idosos, homens e mulheres se misturavam apreciando um gostoso banho de rio, coisa que hoje em dia não se pode mais fazer, por conta da contaminação, que poluiu e vitimou o nosso principal afluente, afetando e infectando suas águas.

            Quantas pessoas não se banharam no poço da pedra, localizado na propriedade do Sr. Antônio Francisco, como era gostoso pular da pedra na preciosa água do rio, nadar e mergulhar a vontade sem medo de se contaminar. Isso só foi vivenciado pelas pessoas de tempos remotos, um prazer que foi negado às recentes gerações e as futuras, tempos que parecem que não voltam nunca mais. 

            É mas tudo isso, só ocorreu graças à ingerência de políticos ambiciosos e descompromissados com o meio ambiente e o bem estar das pessoas. O leito do rio continua existindo fisicamente, porém água quase não existe mais, por conta dos soterramentos naturais e a imprudência humana, que parece não ter respeito e nem sentir amor pela natureza, pois as pessoas teimam em jogar entulhos no leito de nosso rio. E quando o período invernoso chega, nem se se pode mais utilizar de suas águas, devido à poluição gerada pelos esgotos que escorre para o canal e dali deságua no rio, e também por conta do transbordamento da fossa séptica que foi construída às margens do referido rio, cujo conteúdo ali depositado está repleto de dejetos humanos. Uma maldade sem precedente, causada a milhares de pessoas e aos animais, também vale salientar que o nosso lençol freático possivelmente foi contaminado com essas ações ambiciosas e desastrosas. Antes era comum ver pessoas pescando nas águas do rio, pegando peixes para se alimentarem. Tudo isso acabou, sucumbiram o nosso rio.

            O pior é que as águas que passam por esse rio durante o período chuvoso vão com destino ao município de Santa Helena, sendo depositada no açude Lagoa do Arroz, e essas águas são utilizadas na irrigação, e no consumo humano e animal, de cidades polarizadas pela região onde aquela bacia fluvial fica localizada, além da pesca permitida por lá. Porque que será que as autoridades políticas dessas cidades não se manifestam no sentido de coibir uma coisa tão aberrante como essa? Será que não tem conhecimento disso ou é porque o povo também não se interessa em cobrar deles? Fica a pergunta em aberto.